terça-feira, 29 de dezembro de 2009

CISQUELZ



ele parecia outra coisa.
coisa melhor.
tinha nome diferente.
olho diferente.
o corpo
o andar
bem desconforme.
como se fosse a gente
pelo avesso.
isso
Era o senhor krauze.

alberto lins caldas

Fui para Cisquelz
Bom seria se esse lugar existisse
Mas eu estive em Cisquelz
E vi quase tudo que tinha lá
Cisquelz é um local pequeno
Mas densamente povoado
“Preguiçosos bêbados vagabundos”
As pessoas esqueceram que vivem em Cisquelz
Parece que vivem sem passado
Por isso elas vivem normalmente
Sempre desocupados e sujos
Exceto “meninas” com vaginas ocupadas

Ninguém compra nada em Cisquelz
Não tem comércio nenhum
Não tem poder centralizado
Não tem Energia
Não tem lei
Não tem dinheiro
Não tem estado
Não tem religião
Não tem deuses
Não tem “moral”
Não tem respeito
Ninguém é de ninguém em Cisquelz

Eu não vi ninguém triste em Cisquelz
Todos estavam satisfeitos
A alegria se mostrava no modo canibal de ser
Quando se comia o feto recém abortado
Quando velhos sangravam o anus com pedras
Quando faziam sexo com animais
Quando homens se relacionavam com crianças
Quando crianças matavam mulheres
Quando mulheres queimavam homens
Era uma festa
Mas festa sem musica e dança
Apenas carnificina e satisfação

Desconheço a língua das pessoas de Cisquelz
Eles falam apenas por necessidade
Mas eu não ouvi uma palavra em Cisquelz

Eles não olham para trás nem para o lado
Muito menos para frente
Passam por cima de tudo

Para eles tanto faz o dia ou a noite
Seja sol chuva ou frio
Eles não dão a mínima

Dão o seu máximo no que querem fazer
E não fazem nada... Assim sendo é Cisquelz.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A ARTE DO HOLOCAUSTO











Em trilhos faiscantes o trem corta a floresta
Leve abrasamento em uma terra gélida
Dentro dessa máquina que percorre intensa
Um amontoado de humanos
Um miserável está com fome, frio e medo
Todos parecem estar com fome, frio e medo
Mas eu só vejo esse desgraçado
Meus olhos não podem compreender todos
Por isso eu vigio esse velho judeu
Eu posso assistir o respirar dele
O olhar assombroso para os lados
Ansiando uma saída qualquer
O tocar frígido em seu corpo de frio
A fraqueza instaurada na face deprimida

Ao atingir a zona de força
Todos descem de cabeça baixa
Parece um plano ou tudo planejado
Todos andam ordenados para o extermínio
Nenhuma reação contra
Eu esperei o velho miserável
E o acompanhei até o calabouço de Belzec
Mostrei a ele as paredes sujas e odiosas
E disse: Uma vez dentro, nunca mais fora
E eu vi ninguém se mexia
Parecia que esperavam o batismo do odor insano
Desgraça consumada

Centenas de cadáveres aos meus olhos
Campo intensamente assolado
Largados assim como a imundície
Perdem-se histórias e tornam-se uma estatística
Apenas dados para constituir o holocausto
A ser visto com um olho só exaurido
O mesmo olho que eu compreendi o velho falecido

Aos que escapam, anomalias que ficam
Aos que resistem, a eliminação.
Aos que contam a história... O nazismo.








domingo, 18 de outubro de 2009

Enérgica desgraça

O mestre da miséria saiu de sua caverna esta manhã
E trouxe para o mundo
Um punhado de destruição e fome
Ele promove as guerras antes do anoitecer
E quando a noite chegar
O homem estará em conflito consigo mesmo por não ter inimigos

Aquele que saiu ontem em busca de água
É o mesmo que hoje bebe sangue

A cada aparição do mestre
Ocorre uma mudança na história humana

A prole corre! fugindo do horror
O mestre espalha a desgraça
Trevas para a luz
Vermes se juntam a fome
Homens devorando homens

domingo, 16 de agosto de 2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Era noite e todos dormiam
A filha mais nova de um burguês sonhava
E ao acordar percebeu toda a sangria
Que na sua pequena vagina se hospedava

Eram noites de horrores
E naquele dia a filha do burguês menstruava
Como um anjo celestial ela voava
Para a rua em desespero e agonia

Era uma menina bem desenvolvida para sua idade
A qual chamou a atenção de um taverneiro inebriado que estava vagabundando por ali

Pálida... num vestido branco manchado de sangue, com seios a palpitar

O bêbado vendo a reação deprimida da menina
arrastou-a para detrás de uma taverna sórdida na intuição de a violar
Ele arranca o vestido e despi-a completamente
Via-se apenas um ponto escorrido de sangue naquele nobre corpinho branco
O suficiente para o lunático se embebedar

Ela deita amedronta de pernas bem abertas sem contestação
E o ébrio cai com sua lingüeta seca na buceta

Quanto mais o corpo ela retorcia mais o maníaco se excitava
Nas menores caricias o cuzinho se agitava
E o bêbado já impaciente o caralho apresentava
No orifício daquele minúsculo pontinho

Forçosamente ele empurrava
com a mão na cinturinha da nobre menina e a outra na boca para evitar gritos
e reação que viesse a comprometer o ato

Já se tinha passado mais de meia hora
E o bêbado suava enrabando a nobre burguesinha
A menina já não respirava e o sangue da vagina escorria

Eram noites de horrores
Naquele momento o bêbado vadio gozava
Em cima da pequena defunta ensangüentada

Após o ato o bêbado deixa o corpo abandonado como o fim de sua vigília maldita.