terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A ARTE DO HOLOCAUSTO











Em trilhos faiscantes o trem corta a floresta
Leve abrasamento em uma terra gélida
Dentro dessa máquina que percorre intensa
Um amontoado de humanos
Um miserável está com fome, frio e medo
Todos parecem estar com fome, frio e medo
Mas eu só vejo esse desgraçado
Meus olhos não podem compreender todos
Por isso eu vigio esse velho judeu
Eu posso assistir o respirar dele
O olhar assombroso para os lados
Ansiando uma saída qualquer
O tocar frígido em seu corpo de frio
A fraqueza instaurada na face deprimida

Ao atingir a zona de força
Todos descem de cabeça baixa
Parece um plano ou tudo planejado
Todos andam ordenados para o extermínio
Nenhuma reação contra
Eu esperei o velho miserável
E o acompanhei até o calabouço de Belzec
Mostrei a ele as paredes sujas e odiosas
E disse: Uma vez dentro, nunca mais fora
E eu vi ninguém se mexia
Parecia que esperavam o batismo do odor insano
Desgraça consumada

Centenas de cadáveres aos meus olhos
Campo intensamente assolado
Largados assim como a imundície
Perdem-se histórias e tornam-se uma estatística
Apenas dados para constituir o holocausto
A ser visto com um olho só exaurido
O mesmo olho que eu compreendi o velho falecido

Aos que escapam, anomalias que ficam
Aos que resistem, a eliminação.
Aos que contam a história... O nazismo.








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